Quando vi que a escolha da receita desta Sexta feira tinha recaído sobre a Tarte Tatin, fiquei despassarada. Tive vontade de escrever à Mariana/Patrícia a pedir para escolherem outra coisa, please, please…
Entretanto imaginei 135 "Dorienas" a arremessarem-me colheres de pau pela minha infeliz ideia e, garanto que esta imagem me demoveu toda a vontade de efectuar tal pedido.
É que depois de muitas indecisões acerca da minha participação ou não no desafio que está a decorrer na plataforma do Sapo, lá me havia decidido e escolhido uma receita que já fiz várias vezes, sai-me sempre bem e é, simplesmente, deliciosa. Adivinhem qual é?
É claro, a Tarte Tatin.
Mas pronto, não desanimei e já tenho outra escolha para a participação no desafio do Sapo.
Para aqui, "Dorie às Sextas", empenhei-me na confecção da minha tarte favorita para a publicar hoje, entre tantas outras que serão publicadas. E começa hoje o fórum da Tarte Tatin que será, com toda a certeza, tão agradável e construtivo como foram os anteriores.
Julgo que a lenda da origem da Tarte Tatin é do conhecimento geral mas em todo o caso, conto-a resumidamente pois não deixa de ser curiosa e uso-a como nota introdutória.
Reza então a lenda que em França, a sul de Orléans, havia um pequeno hotel herdado e gerido por duas irmãs, sendo uma responsável pela parte administrativa e a outra pela parte da restauração. Esta última, afamada cozinheira e pasteleira, confeccionava uma tarte de maçã muito apreciada e que era o chamariz de muitos hóspedes.
Acontece porém, que um determinado dia de bastante azáfama na cozinha, a senhora colocou a tarte no forno e só se apercebeu que não havia colocado a base, quando a retirou para ser servida. Tentando remediar o erro para que os hóspedes não ficassem decepcionados com a falta da sobremesa tão esperada, cobriu as mação com a massa que deveria ter servido de base e levou novamente a tarte ao forno.
Desenformou-a, ficando aquela literalmente ao contrário do que era habitual.
Foi um sucesso maior que a tarte original e a prova disso é que hoje, Sexta feira, irão ser publicadas, arrisco-me a dizer, dezenas de tartes, no espaço “Dorie às Sextas”.
Bendito engano!
O que preparar:
- 1base de massa folhada;
- 1 kg de maçãs reineta;
- 200g de açúcar;
- 150g de manteiga.
Como preparar:
Num recipiente fundo que possa ir ao lume e ao forno, deitar 1/3 da quantidade de açúcar e de manteiga. Levar ao lume, mexendo sempre e deixar atingir a cor de caramelo, mas claro. Retirar do lume.
Descascar as maçãs, retirar-lhes os caroços e parti-las em 8, ao alto. Salpicar com limão para não oxidarem.
No recipiente onde se fez o caramelo, deitar metade da quantidade de maçãs. Deitar por cima mais -1/3 de açúcar e 1/3 de manteiga, esta partida em cubinhos. Colocar por cima as restantes maçãs e espalhar novamente por cima desta camada, o restante açúcar e manteiga em cubinhos.
Cobrir com massa folhada, aconchegando-a às maçãs quer no meio quer nos lados.
Levar a forno forte, pré aquecido ( 200ºC) durante 40’.
Notas finais – Depois de várias experiências, esta forma de confecção é a que mais se adapta ao nosso gosto cá em casa. Quer o uso das maçãs reinetas, quer o facto de não as caramelizar ao lume, na totalidade, tornam-na muito mais suculenta pois o ácido das maçãs faz-se notado, contrabalançado pelo doce do açúcar adicionado qb.
Apesar da massa folhada, habitualmente, ao fim de 15’ estar cozida neste caso, só ao final de 40’ é que tem a cor alourada e está cozida. Atribuo ao facto a humidade transmitida pelas maçãs retardar a cozedura.
Por fim, em minha opinião, a Tarte Tatin, que deve ser servida quente, não fica completa sem uma bola de sorvete de baunilha.
Mãos à obra.