Esta noite tive um sonho.
Sonhei que me elevei acima desta triste terra e vi do alto que a natureza não esgotou todas as suas riquezas e belezas neste pequeno pedaço de pó.
Deste modo, tal como os que viajam para países longíquos, pude avaliar melhor a vida e atribuir a cada coisa o seu justo valor.
Decidi desprezar as ninharias às quais a maioria de nós se prende e admirar mais o que, realmente, se deve considerar grande: o amor e os afectos familiares.
O conhecido é finito, o desconhecido, infinito; intelectualmente estamos numa ilha no meio de um oceano ilimitado de inexplicabilidade.
Morremos? Não sei.
Para onde vamos? Também não sei.
Só sei que a minha vista não deverá alcançar apenas o que está perto. Sei também que as pessoas que amamos não morrem. Sei que o meu pai não se foi embora . Saiu somente do alcance da minha vista.
Ao meu pai, que hoje completaria 77 anos. Cada bolachinha representa cada uma das filhas que eu sei que tanto amava.
Feliz aniversário papá. Quem sabe se um dia a minha vista o alcançará…
Da minha participação desta quinzena não há história nem nada a anotar pois segui a receita sen qualquer desvio. A receita é tão simples e com tão poucos ingredientes que pouco havia a reinventar. Ainda pensei que poderia usar também amêndoa ou noz em vez de avelã. Mas, como gosto imenso de avelãs, nem isso me apeteceu mudar.
O que preparar:
- 1 3/4 chávenas de avelãs finamente moídas;
- 1 3/4 chávenas de farinha de trigo;
- 200g de manteiga sem sal, à temperatura ambiente ( eu usei 170g e com sal);
- 1/2 chávena de açúcar granulado;
- 1 colher de chá de extracto de baunilha;
- 1/2 colher de chá de extracto de amêndoas puro;
- Açúcar de confeiteiro a gosto para polvilhar e geleia a gosto para rechear.
Como preparar:
Forrar 2 tabuleiros de forno com papel vegetal.
Pré aquecer o forno a 180ºC.
Misturar as farinhas de avelã e trigo. Reservar.
Numa batedeira, com o acessório da pá, bater a manteiga e o açúcar em velocidade média até se formar um creme fofo,o que poderá demorar 4’., 3 a 4 minutos. Adicionar os extractos e continuar a bater para misturar. Reduzir a velocidade da batedeira e, gradualmente, adicionar a mistura das avelãs e da farinha, misturando apenas até que seja incorporada a massa e fique uniforme.
Com uma colher de chá ou mesmo com os dedos, retirar pequenas porções de massa, enrolá-las entre as palmas das mãos e ir colocando no tabuleiro com uma distancia entre si de cerca de 2cm.
Levar ao forno a assar e, passados cerca de 5’, abrir a porta do forno e com o cabo de uma colher de pau, perfurar cada bolachinha no centro não deixando porém, que o furo fique completo, isto é, que perfure de um lado a outro a bolacha.
Contar 15’ desde o momento em que entram no forno e retirá-las.
Deixar “descansar” cerca de 2’ e transferi-las para uma grelha para arrefecerem por completo. Polvilhá-las com açúcar de confeiteiro e rechear o centro com geleia a gosto.
Eu recheei com geleia de alperce, de ginja e com chocolate as primeiras, previamente, fervidas e o chocolate derretido.
A primeira fornada que fiz foi para o lixo pois, por um irritante acidente, caíram todas ao chão.
A segunda fornada nem chegou a conhecer a lata das bolachas pois desapareceram num ápice.
São muito agradáveis ficando com uma textura areada. O meu recheio eleito foi o de ginja pois, como é ligeiramente ácido, contrasta perfeitamente com o doce da cookie originando um casamento perfeito.
A única coisa que me desagradou nesta receita foi mesmo o título. Nem me atrevi a traduzi-lo para portugês pois ainda fica mais irritante.
De resto, é uma receita a repetir, sem dúvida.