A Marmita escolheu o mote. Que me predoem as outras anfitrias, mas foi o meu favorito. Foi pelo menos, o que me proporcionou mais prazer a elaborar. E com esta minha convidada para jantar, venho participar no desafio que nasceu pelas maos da Anasbageri e que ja vai na 9 edicao. A anfitria e, desta feita, como referi atras, a minha querida e estimada amiga Marmita.
Perdoem-me, mas este post e carregado de emocoes. E consagrado ao tempo perdido, a "Africa Minha", a cidade de minha infancia.
Com uma saudade de me corroi a alma, tao dolorosa que ate doi no peito, convido para jantar a cidade de Benguela, a cidade do meu coracao.
Nao tem palacios nem rainhas e princesas, nao faz parte dos roteiros turisticos internacionais, nao e um "must" conhecer Benguela. Acreditem, porem, que quem a conhece, nao vive sem la voltar. Ou, pelo menos, com esse sonho.
Vulgarmente, e passados tantos anos do nosso ultimo encontro, sonho que percorro as suas ruas, que sou abracada pelo ser ar quente e doce, que vou pela mao do meu pai ou da minha mae, a saltitar de desenho para desenho nas calcadas portuguesas que pavimentam os seu largos passeios ou os seus belos jardins e, para mim, essa ilusao faz-me as vezes da realidade.
Nesse sonho, vou ao colegio Nossa Senhora da Conceicao, das irmas Doroteias, onde cursei a instrucao primaria.
Vou ao cinema Monumental onde, aos Domingos ia, religiosamente, ver o filme da matine. Vou ao cinema Kalunga, o cinema ao ar livre, onde vi pela primeira vez o filme Benhur.
Vou tambem a linda igrejinha do Popolo onde fui baptizada e onde fiz a primeira comunhao.
Vou aos jardim repletos de vegetacao onde nao faltavam os baloicos onde eu e as minhas irmas subiamos e desciamos as escadas do escorrega, vezes sem conta, enquanto os nossos pais cogitavam, sentados num banco, os planos que tinham para nos.
Vou a Baia Azul ao Domingos de manha, onde merendamos os paes de leite preparados pela minha mae. Ou vou a praia do Alexandrino ( ou praia do Sombrero) aos Sabados a tarde mergulhar em aguas calidas e carregadas de sal .
Um dia, quem sabe, percorrerei esses caminhos guardados no bau das minhas memorias, que me sao tao gratas e preciosas.
E, tal como reza a letra da famosa musica dos Duo Ouro Negro:
"Quero chegar de madrugada
Para ver o sol raiar
Quero chegar de madrugada
P'ra ninguem ver se eu chorar"
Tambem vive em mim a esperanca de que um dia, voltando ao po da terra, seja da terra quente da minha Terra que, na verdade nunca foi minha, mas que a sinto como tal.
O por do sol no "Sombrero" e dos espetaculos naturais mais belos que se pode assistir.
Siripipi de Benguela.
E agora, partilho convosco a receita do prato que lhe servi, receita do seu repertorio da maravilhosa gastronomia que nos tem para oferecer.
Doce de Banana
O que preparar:
- 6 bananas;
- 300g de acucar;
- 1,5 dl de agua;
- 6 ovos
Como preparar:
Leva-se um tacho ao lume a água e o açúcar, deixando ferver até obter ponto de fio fraco.
Juntam-se as bananas cortadas às rodelas que se deixam ferver até se desfazerem.
Tira-se o tacho do lume e deixa-se arrefecer um pouco. Adicionam-se as gemas batidas e passadas por um coador de rede e volta novamente ao lume para engrossar, sem deixar talhar as gemas. Deixa-se arrefecer mais um pouco e de seguida juntam-se as claras batidas em castelo firme, envolvendo bem as claras sem as bater.
Divide-se o preparado em tacinhas ou numa taça grande. Serve-se bem fresco.
A fotos apresentadas foram, na sua totalidade, extraidas de sites da net, sobre Benguela. Que me perdoem os seus autores pelo plagio e muito obrigada pela divulgacao das imagens.